O mercado de arte contemporânea brasileiro se caracteriza por ainda ser muito jovem e dinâmico e está vivendo seu processo de expansão e internacionalização (impulsionado pela crise financeira e política no pais ). Hoje no Brasil, o cerne do mercado está localizado na ponte Rio – São Paulo, segundo dados da pesquisa latitude 2016, onde 88% das galerias estão localizadas, e destas, 59% estão em São Paulo, e outras 29% no Rio de Janeiro.
Em 2015, segundo a mesma pesquisa setorial, verificou-se que cerca de 55% das galerias brasileiras são de pequeno porte, isto é, têm um faturamento anual de até 3.6 milhões ou seja, possuem renda mensal aproximada de R$30.000 onde desses, 27% são destinados à participação em Feiras, 17,2% a gastos com infra estrutura, 16% com a folha de pagamento, 13,6% a realização de exposições, 9,7% com a produção de obras, 6,2% com despesas de viagem e 10,4% com outros gastos – observa-se na cesta de gastos que não estão especificadas as despesas com marketing e comunicação.
A pesquisa toma como premissa a popularização (redução) dos valores dos produtos da arte, os quais, segundo a pesquisa Latitude 2016, 17,9% das obras vendidas por galerias tem um valor médio de R$1.500, sendo 53% das vendas realizadas nas galerias e 37% realizadas em feiras, nacionais ou não.
Percebemos que aproximadamente 4 a cada 10 obras são vendidas em um ambiente (feiras) onde a galeria exerce pouco ou nenhum papel sobre a demanda, e de cada 10 obras, 5 são vendidas em um ambiente onde a galeria é 100% responsável pela formação de demanda – porém, ainda assim não existem investimentos significativos em marketing, comunicação e estudo de mercado (segundo a pesquisa). Ainda, de acordo com a pesquisa, pode-se entender que existe a percepção de que as técnicas de promoção no geral dependem, em boa parte, de bom acervo (Latitude 2016).
Tendo isso posto, a pesquisa toma como objeto de análise apenas o universo que circunda artistas e galerias, não se aprofundando em outros mercados como leilões e marketing cultural, dessa forma, se concentrando em uma análise mercadológica, do mercado primário de vendas inseridos nas novas tecnologias dentro da pós-modernidade.
—-
