Quando pensamos no mercado de arte como uma peça teatral de poucos atores, incialmente, podemos pode dar a ideia de que as grandes mídias de massa não exercem um papel de destaque, especialmente por tratar a arte como um objeto secundário de sua atuação, porém o papel exercido por ela está ligado não apenas à peça em si, mas intimamente à plateia que assiste.

    Sobre esse tópico ousamos assumir que as mídias de massa (não segmentadas) influenciam o mercado de arte a todo momento, inclusive e especialmente quando não estão falando sobre arte. Falamos isso pois se partimos do pressuposto que todo discurso é politico/ideológico, e que de alguma forma a obra arte vende um discurso, as mídias de massa, nesse sentido, exercem um papel fundamental na formação e na pré-disposição da demanda, seja através de obras ficcionais como novelas e crônicas, seja através do noticiamento de fatos. 

  1. CRIAÇÃO DE HYPES 

    O fato é que mesmo uma novela sendo uma obra ficcional, ainda assim os assuntos abordados geram debates e “revisitas” (Moulin; Raymonde, 2007) a períodos e temas. Por exemplo a mini série transmitida pela Rede Globo “os dias eram assim”, a qual tem por seu pano de fundo a ditadura militar, segundo a autora Ryamonde Moulin (2007, p.17):     

“A grande maioria das obras está sujeita a desclassificações e reclassificações sucessivas. A revisão permanente da escala dos valores obedece a motivos complexos em que se misturam as modas, a influência dos valores estéticos contemporâneos, o progresso da pesquisa erudita e dos interesses de mercado”

“As modificações de preço pelo lançamento de artistas menores, em benefício de uma corrente da moda, abrem perspectivas especulativas frutíferas a curto prazo, mas as altas assim provocadas resistem mal às flutuações da conjuntura. “

Nesse caso, as mídias de massa motivam e auxiliam no empreendimento de novas pesquisas, talvez, não necessariamente com o patrocínio, mas levando o tema para as grandes massas – o que por sua vez justifica a verba para novas pesquisas, gerando indagações e ampliando o espaço para divulgação das pesquisas. 

  1. MÍDIA DE MASSA COMO LEGITIMADORA DE IMPORTÂNCIA  

    Quando falamos das mídias de massa tendo como objeto de análise a arte, podemos pensar que as mídias de massa são interessantes apenas por sua audiência/tiragem, porém na verdade o aspecto mais interessante ao mercado está na associação da marca do artista com a marca do veículo.  Isso porque veículos como jornais, revistas e televisões geram documentos e conteúdos que advogam em favor da marca do artista, da galeria, do museu, do marchand, e qualquer outro agente relacionado ao objeto da notícia; com isso, reduzem a insegurança de sua marca – isto é, passam a ser cada vez mais conhecidos, se distanciando da massa desconhecida e anônima, como cita Don Thompson (2012, p.59): 

“Cada mostra cada feira, cada menção numa revista de arte, cada avaliação crítica gera mais falatório, mais visitantes, mais seguidores influenciados pelo bruaá; a confiança inspirada pela marca do marchand e reforçada pelo comportamento da multidão. Como diz o Robert critico Hughes a respeito dos colecionadores de Nova York ‘geralmente eles compram o que os outros compram Andam em grandes cardumes, como anchovas, todos iguais. A quantidade se traduz com segurança. Se um quer Schnabel, todos vão querer Schnabel se um compra um Keith Haring, duzentos Keith Haring serão vendidos’.”

    Para melhor compreendermos o que os meios de comunicação de massa buscam noticiar, precisamos antes, entender o conceito de noticia, segundo definição do site conceito de:

“Nos meios de comunicação em massa, uma notícia é uma redação ou um relato que informa o público sobre uma situação nova ou atípica, ocorrida no seio de uma comunidade ou determinado âmbito específico, que mereça ser alvo de divulgação. Posto isto, a notícia é do foro jornalístico e constitui um extrato da realidade que merece ser informado pela sua relevância social. “

Segundo a jornalista Regina Pitoscia em conversa informal, citou “Notícia é a descrição de um fato relevante, mantendo a fidelidade com o ocorrido, com o que foi falado pelas partes envolvidas e checagem de todas as informações. “

Tendo isso posto, essencialmente as mídias de massa estão interessadas no mercado de arte em 4 momentos: quando há alguma inovação, feitos históricos nacionais no mercado, entrevistas com agentes e quando uma atividade ilegal relacionada ao mercado é descoberta.

    Por fim, vale ressaltar a importância dos veículos tradicionais em comparação aos novos veículos digitais, que podemos sintetizar em uma única palavra: “credibilidade”. Falamos isso, pois, esses grandes veículos possuem equipes multiculturais e de diversas especificidades, também advogam em suas relevâncias a quantidade de pessoas pela qual a pauta precisa passar para virar notícia. Isso sem falar da dificuldade em se destacar em meio a outras pautas. Em resumo, para algo ser noticiado na televisão, precisa ter suas fontes verificadas por uma série de profissionais, que legitimarão essa informação como algo autêntico, e mais marcante do que outras pautas.

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